O mês de abril termina, confirmando a tendência, no MPC/DF, de ver empreendida fiscalização ágil e contemporânea em relação aos gastos governamentais, que envolvem o combate ao COVID19.
Representações
No dia 16 de abril, o MPC/DF ofertou a Representação 14/20, questionando o aumento de 10% em relação aos contratos de publicidade e propaganda, celebrados pela CLDF, que totalizaram R$ 5 milhões de reais, a título de combate ao novo coronavírus.
No dia seguinte, o MPC/DF protocolou a Representação 15/20, em razão de denúncia protocolada em sua Ouvidoria, que discute a não nomeação de candidatos aprovados em concurso público, na SES/DF, cujas atividades são essenciais no momento, enquanto seria utilizada, de forma precária, mão de obra de outros profissionais, para o exercício dessas mesmas funções. Para o MPC/DF, é necessário apurar a denúncia, a fim de determinar, com exatidão, a extensão dos fatos.
Na sequência, foi protocolada a Representação 16/20, a respeito da testagem para o novo coronavírus. O MPC/DF chamou a atenção para a precariedade das Unidades Básicas de Saúde, no DF, as quais, segundo o Plano de Contingência adotado pelo GDF, devem acolher os pacientes que se dirigirem até elas com o sintoma da doença e encaminhá-los para espaço reservado, quando deverão ser coletadas amostras e encaminhadas ao laboratório Lacen, procedendo a notificação do caso. De acordo com as respostas enviadas ao MPC/DF, todavia, não há estrutura condizente para o exercício dessa missão. Além disso, abordou-se o desafio da coleta domiciliar. Para o MPC/DF, o TCDF deve fiscalizar a aquisição dos testes, levando em consideração todos esses fatos. A compra de referidos testes, por meio de DISPENSA DE LICITAÇÃO já totalizou mais de R$ 68 milhões de reais.
Após, o MPC DF protocolou a Representação 17/20, pedindo que o TCDF estabeleça processo de fiscalização relacionado com a contratação de serviço de gestão e manutenção do Centro Médico da PMDF. Na peça, relembraram-se as várias tentativas, no passado, de se trespassar a gestão do Hospital da PMDF para entidades privadas, tais como Organizações Sociais (OS) e Organizações da Sociedade Civil (OSC). Além disso, por meio dos documentos que indica, evidenciou-se dúvida quanto à estrutura do hospital (100 leitos) ou disponibilidade para 42 leitos de internação e 10 de unidade de terapia intensiva-UTI. O DODF traz, ainda, a divulgação da contratação, sem licitação, de empresa, no valor global de R$ 5.795.298,43 (cinco milhões, setecentos e noventa e cinco mil duzentos e noventa e oito reais e quarenta e três centavos), para prestar serviços de manutenção predial.
A penúltima Representação do mês foi a 18/20, versando sobre a contratação de leitos privados. Além dos valores totais superarem o limite de alçada para exame da matéria, o alto valor social envolvido recomenda, ao ver do MPC/DF, que se estabeleça fiscalização, pelo controle externo.
A última Representação do mês, não menos importante, foi a 19/20. Por meio dela, o MPC/DF tece considerações sobre a divulgação dos gastos envolvendo o combate ao Coronavírus. Duas planilhas demonstraram que há valores que são encontrados em Portal do GDF e outros, retirados das publicações no DODF, que juntos superam R$ 250 milhões de reais.
OFÍCIOS
Além das Representações, o MPC/DF tem atuado por meio de Ofícios.
Ofício 146/2020-G2P, requerendo que o TCDF empreenda fiscalização sobre aquisições para o combate ao novo coronavírus, mediante critérios que não privilegiem apenas o valor de alçada, em razão das várias aquisições pulverizadas de bens semelhantes e em face do relevante valor social que envolve o tema.
Ofício 167/2020-G2P, dando ciência da dispensa para aquisição de 300 (trezentos) ventiladores pulmonares e solicitando que seja estabelecido processo de fiscalização.
Ofício 177/2020-G2P, solicitando informações à SES/DF a respeito da realização de testagem rápida para a população usuária de transporte coletivo, e, ainda, em endereços como UBS, ou nas regiões onde tem aparecido crescimento de casos da doença.
Ofício 195/2020-G2P, comunicando ao TCDF que recebeu denúncia, para afirmar que o BRB Serviços teria subcontratado empresa de logística para a prestação de serviços na Farmácia de Alto Custo no DF. O MPC/DF já havia oferecido a Representação 12/20, questionando a regularidade da contratação.
Ofício 198/2020-G2P, por meio do qual o MPC/DF manifesta ao MPDFT a sua preocupação em relação à Cooperação Técnica, celebrada com Organização da Sociedade Civil, para a prestação de serviços de Telemedicina. Dispensou-se no processo o prazo mínimo de constituição da entidade parceira, menos de 02 anos. Além disso, ao ver do MPC/DF, não houve demonstração acerca da experiência da entidade com atividade idêntica ou similar ao objeto da parceria.
Ofício 200/2020-G2P, requerendo fiscalização em relação não só a construção do Hospital de Campanha, como a gestão desses leitos. O MPC/DF juntou, ainda, matéria da imprensa sobre a condenação do “dono da empresa que vai gerir o hospital”. O MPC/DF reiterou, assim, os Ofícios 129, 133 e 148/2020-G2P.